Cordelistas e Xilogravadores participam da 5ª Bienal Internacional do Livro de Brasília

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Por ser um dos eventos tradicionais na capital federal Brasília, a Bienal acontece nesse eixo central polo de eventos literários e outros segmentos da cultura do Brasil. O evento ocorreu nos últimos dias que compreendeu de 21 a 30 de outubro a 5ª BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE BRASÍLIA. Ocasião que recebeu escritores, expositores, academias de letras, espaço multiuso, alimentação, apresentações culturais e oficinas diversas durante todos os dias da Bienal.

Como já ocorreu na Bienal em outras edições, a de 2022 não foi diferente e contou com a presença garantida dos segmentos da cultura popular, tornando-o uma oportunidade ímpar para os artistas locais exporem, comercializarem seus trabalhos literários e artísticos como livros, cordéis e xilogravuras.

Cordelista e Xilogravadores de Brasília

Importante frisar que Brasília é um celeiro cultural também no que tange a cultura popular, a ocupação de espaços nessa perspectiva de fomento e difusão da arte popular é bastante relevante para salvaguarda e conservação destes bens que são patrimônio cultural imaterial do país. Portanto carece ser valorizado pelos entes de iniciativa pública ou privada como uma das garantias de preservação da identidade dos povos, e ainda possibilitar a geração de renda por ser uma cadeia produtiva da economia criativa a partir das vendas das produções das peças, livros, cordéis e suvenires. O espaço foi batizado como Casa do Cordel.

Goári Poeta Gravador

Goári Poeta Gravador é piauiense reside no Gama – DF. Artista plástico credenciado no Cadastro de Artistas Plásticos Profissionais pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. Tem relevantes serviços prestados na região voltados para à difusão da Literatura de Cordel, Xilogravura tanto com as produções próprias e/ou como editor com mais de 20 anos de atuação.

E em conversa com o mesmo sobre a participação da Bienal “Disse ser de grande relevância para os artistas locais mostrar os trabalhos, são esses espaços que contribuem para difusão da nossa arte, tendo em vista a visitação de pessoas de todo os lugares do país. Agradeço a coordenação do evento por proporcionar o acesso para nós do Cordel e Xilogravura”.

Cordel Pastel de Feira

“Brasília e pastelzinho

Possuem afinidade

Na enquete foi eleito

Prato típico da cidade

Aumentando seu prestígio,

Ficou cheio de vaidade”.

Goári Poeta Gravador

João Almir do Cordel

João Almir do Cordel – que é piauiense escritor, cordelista, produtor cultural, com mais 21 anos de experiência na área, é especialista em Educação e Patrimônio Artístico e Cultural pela Universidade de Brasília – UNB. É o idealizador do Cordeliando, coletivo do livro e leitura que atua no processo de desenvolvimento da cultura popular, mobilizando, articulando ações socioculturais na região com objetivo de disseminar o patrimônio cultural imaterial. O coletivo tem como missão ser uma iniciativa que difunde a cultura popular na perspectiva de salvaguarda. João Almir “Diz que as feiras literárias e bienais geram oportunidades para cadeia produtiva do livro, no processo de difusão da cultura popular produzida aqui no Distrito Federal e Entorno, e que ao longo tempo tem percebido que se faz necessário atuar nos espaços, escolas e comunidade. E a Bienal ajuda a dar visibilidade e principalmente comercializar nossas produções”.

Do Cordel Sou Matuto Nordestino

“Sou um filme quase perfeito

Sou vivo pra criar cena

Sou boa luta que engrena

Sou e mantenho bom conceito

Sou não tenho preconceito

Sou cultura no quadrado

Sou um quadro lindo pintado

Sou como ator de cinema

Sou nordestino da gema

Sou matuto do pé rachado”.

João Almir do Cordel

Onã Silva – Poetisa do Cuidar

Onã Silva, A Poetisa do Cuidar é Graduada em Enfermagem e Artes Cênicas, Doutora e Pós-Doutora. Pesquisadora e palestrante de temas sobre criatividade e arte do cuidar. Escritora,  poetisa, cordelista. Desenvolve diversos projetos como Histórias da Enfermagem (em Cordel e Quadrinhos). Tem mais de 30 livros publicados. (escritora do 1º livro de Histórias da Enfermagem em Cordel). A Cordelista é ativa e defende a bandeira dos segmentos da cultura populares.

Conversamos com a escritora que reafirma “nós cordelista mulheres carecem participar sim destes espaços, foi uma luta da categoria para conseguir o estande na Bienal, e assim poder vender nossos cordéis, livros e xilogravuras. E ainda contribuir para o fortalecimento dos Cordelistas, Poetas e Xilogravadores do Distrito Federal com a participação e ocupação dos espaços por nós afirma Onã Silva”. Tá aí uma nordestina arretada vise!

Válderio Costa – Xilolgravador

Valdério Costa: Natural de Natal – RN é graduado e mestrando em Artes Visuais pela Universidade de Brasília. Professor de Artes Visuais e História da Arte da Secretaria de Educação do Distrito Federal.
Poeta e artista plástico cadastrado pela Secretaria de Cultura do DF (Com várias exposições individuais
e participações em coletivas desde 1988). Suas obras estão em diversas coleções no Brasil e no exterior. Disse “que atua desde 2011 em eventos literários e artísticos inclusive ministrando oficinas práticas e teóricas sobre a técnica de xilogravura. Portanto a presença da Literatura de Cordel, da xilogravura e de outras manifestações oriundas da cultura popular na Bienal, é fundamental para reafirmar a importância do público conhecer e reconhecer a beleza e a riqueza da diversidade cultural do nosso Brasil presente nos nossos trabalhos artísticos”.

Mourão do Cordel – Cordelista e Xilogravador

José Maria Mourão – é cearense e reside em Samambaia – DF. Graduado em Filosofia e Licenciatura Plena em Filosofia, é especializado em Gestão Educacional pela Universidade Católica de Brasília, escritor, cordelista, educador e xilogravurista e membro da Academia Taguatinguense de Letras – ATL.

Com um trabalho relevante no processo de difusão da Literatura de Cordel no Distrito Federal desde 2012, realizando oficinas de Cordel e Xilogravuras nessa perspectiva de fortalecimento da cultura popular secular. E reforça “reafirmando que o segmento popular veio junto com a mudança da capital para o centro-oeste, e até antes já na construção de Brasília onde a presença de nordestinos dos estados que compõem essa região rica e difusora da cultura popular no Brasil. A nossa participação na 5° Bienal de Brasília fortalece ainda mais o nosso segmento popular, abrindo portas para ser mostrado aos visitantes e ainda comercializar nossos cordéis diz Mourão do Cordel”.

Cordel O Jumento que cagava dinheiro

“Jumento come de um tudo,

Mermo na seca ele escapa;

Casa de pau e garrancho,

Barro vermei e cabaça;

De fome não passa mal

Inté roupa do varal

Se alguém deixar ele masca”.

Mourão do Cordel

Outros cordelistas estiveram presente como Gustavo Dourado que é membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, incentivador do movimento local, Valda Fogaça – Escritora e Cordelista, Cícero Siqueira – Cordelista.

A avaliação que nós do Portal Tinguis constatamos a partir dos depoimentos dos coletivo é que foi positiva a participação, pela maioria dos membros do Cordel do Distrito Federal. Viva a Literatura de Cordel e a cultura popular de um modo geral.

Fotos: João Almir

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