Nossa Vila Tinguis
Marcos Parente – PI está localizado na microrregião de Bertolínia ao oeste do estado do Piauí, área irregular de 747,10 km2, tendo como limites os municípios de Guadalupe ao norte, ao sul com Landri Sales e Antônio Almeida, a oeste com Porto Alegre do Piauí e, a leste com Landri Sales e Jerumenha. A sede municipal tem as coordenadas geográficas de 07o07’14 de latitude sul e 43o53’40 de longitude oeste de Greenwich com distância de 354 km da capital do estado Teresina.
Os primeiros Habitantes de Marcos Parente
A fazenda de João Martins, que foi um dos primeiros donatários, em 1888 ocasiões em que nosso país Brasil passava por questões políticas complexas que predominava no tempo do “Ventre Livre”, vale ressaltar que no período o Brasil passava por mudanças significativas, como instalação da prática parlamentarista; criando desta forma dois partidos imperiais – o Conservador composto pela burocracia, e o Liberal era voltado exclusivamente para questões de interesses agrários; com foco na preservação da unidade territorial.
Remota a instalação da fazenda Tinguis em 1930, e Já no ano de 1933 o povoado já tinha uma característica organizacional, e com uma pequena feira em pleno funcionamento aos domingos, onde atendia os moradores do lugarejo bem como do interior, em virtude de grande aglomeração de pessoas aos domingos, o comercio local foi se expandindo em frente o comercio do saudoso seu José Trajano (seu Deba) que comercializa vários produtos assim como os feirantes. A vila Tinguis recém-criada, Marcos Parente, tinha e ainda tem suas peculiaridades comuns aos municípios e a sua população.
O Luna e Francisco Fonseca foram os grandes incentivadores e apoiadores no processo de construção da igreja matriz, ambos tinham grande influência com os fazendeiros e moradores da região, cuja padroeira é Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Consta que a primeira missa realizada na igreja se deu no dia 11 de junho de 1934, a partir deste evento cria-se então o primeiro festejo em homenagem a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Como exemplo a água recém instalada, vinham dos poços artesianos perfurados no centro da cidade e também um chafariz perto da casa do seu Deba, mas era utilizado apenas para pegar água, tendo em vista, ainda não possuir a distribuição ou seja, água encanada em todas as casas.
As demais atividades como lavar roupas eram feitas em um espaço apropriado, ou seja, já existia nessa ocasião um poço na beira do riacho do Tinguis que possuía no local uma lavanderia pública, divida em box com pia e um balcão para lavar roupas, possuía também banheiros com chuveiros. O local era muito frequentado pelas mulheres, durante todo o dia havia movimento das lavandeiras.
Marcos Parente não é um município dotado de recursos hídricos superficiais o maior e mais importante é a bacia hidrográfica do rio Parnaíba, que fica a 50 km da cidade. O rio Parnaíba é o mais extenso dentre as 25 bacias da Vertente Nordeste, ocupando área de 330.285 km2, e abrange o estado do Piauí e parte do Maranhão e do Ceará.
Os principais cursos d’água que drenam o município de Marcos Parente são os riachos do Cardoso, Angico, Tinguis, Vereda, Vereda do Sítio e da Prata. Por tanto ambos são temporãos no máximo no mês de junho encerra os percursos d’água nos riachos. O riacho do Tinguis o mais próximo do centro urbano até os anos 90 permaneciam a correnteza por um tempo maior, naquela ocasião existiam nascentes e minas d’água na cabeceira da ponte e nas terras dos Fonsecas. Tempos depois se tornou temporão como a maioria dos rios e riachos da região.
Somente em 1960 Tinguis foi elevado à vila, na época com organização administrativa, em seguida criou-se a subprefeitura, tendo como o seu primeiro Prefeito, Fernando Benvindo Pereira que governou a cidade por apenas 06 meses. Assumindo também por indicação de seu Joqueira o João Clímaco D’almeida senhor Manoel Emídio de Oliveira permanecendo por 1,4 anos.
Emancipação Política
Portanto neste intervalo de tempo que compreende 1960 há 1962, as mobilizações ocorriam na agora Vila Tinguis, coordenada por Francisco Fonseca uma liderança política da localidade naquele período. O deputado Joqueira que mantinha boas relações com as lideranças da Vila, de imediato apresenta o nome do Deputado Marcos Parente, que ora havia falecido em 1958 e também por ser nascido na Mesorregião do Gurgueia na cidade de Bom Jesus. Porém sem nenhuma ligação direta com a localidade, mais “O Velho Jequitibá” João Clímaco d”almeida Deputado Estadual, e recém eleito Vice Governador do estado com fortes laços e influências na região sudoeste piauiense, fato esse comprovado em seu registro de nascimento, pois, o mesmo nasceu em Vão do Urucu (Antônio Almeida), que na ocasião pertencia a Jerumenha e posterior Guadalupe, e já vinha articulando as possibilidades e emancipação de algumas cidades dessa região.
O município foi criado pela Lei Estadual nº 2.351 de 05/12/1962, sendo desmembrado do município de Guadalupe garantindo assim sua emancipação política.
Portanto, ao longo dos 56 anos de história Marcos Parente foi governada por 7 (sete) pessoas apenas.
Sendo eles Prefeitos: de 1960 a 1962 na condição de vila, sendo o seu Primeiro Prefeito Fernando Pereira, e o segundo Manoel Emídio, ambos indicados.
A primeira eleição ocorreu no final do ano de 1962 para o pleito de 1963-1966.
Prefeito: Manoel Emídio, vice: Adelmar Ferreira 1963-1966
José Trajano Filho (Deba) vice: Nicanor 1967-1970
Manoel Emídio, vice: Acelino 1971-1974
Adelmar Ferreira, vice: Nito 1975 -1978
Manoel Emídio, vice: Deba 1979-1982
Pedro Nunes, vice: Nito 1983- 1987
Juraci, vice: João Saraiva 1988-1991
Pedro Nunes, vice: Ribamar 1992-1995
Conceição, vice: Frederico 1996-1999
Juraci, vice: Maria Alice, 2000-2003
Juraci, vice: Manoel Emídio, 2004-2008
Manoel Emídio, vice: Fátima,2009-2011
Manoel Emídio, vice Jesoaldo 2012-2016
Pedro Nunes, vice: Mariano 2017-2020
Frisamos que no final do ano de 2016 o mandato de Manoel Emidio e seu vice Jesoaldo que foram cassados por improbidade administrativa, portanto assumindo a prefeitura o médico Gedison Alves Rodrigues, que administrou a prefeitura por dois meses.
Verificamos que Manoel Emídio de Oliveira foi o mandatário com maior tempo na cadeira de prefeito, ocupando também o cargo de vice-prefeito somando 26 anos.
Aspectos sociais
A cidade de Marcos Parente nunca teve uma economia forte ou bem desenvolvida, apesar de elevado salto nos últimos anos. Além da produção agrícola, e criação de gado uma prática comum entre vários fazendeiros e pequenos produtores da região, bem como animais de pequeno porte, como bodes e porcos. A cidade até os meados dos anos 90 tinham como prática frequente a atividade o extrativismo do coco babaçu, principalmente executados pelas mulheres, aos homens ficavam a junta e o transporte do babaçu para a realização da quebra do coco.
O desenvolvimento e o crescimento da localidade no que tange a infraestrutura, Marcos Parente atualmente a cidade conta com serviços de internet, bancos, lotéricas, fábricas de tijolos, postos de gasolina, supermercados, padarias, sacolões e açougues, pequenas lojas de roupas, de materiais de construção, farmácias e lojas de eletrodoméstico, loteamentos, sem sombra de dúvidas essas estruturas não existiam tempos atrás.
Com relação à educação, 70,30% da população acima de 10 anos de idade é alfabetizada. Conta com a estrutura de Ensino Fundamental, Ensino Médio e Universidade Aberta UAB – que tem a oferta de 3 cursos superiores e especializações, além de 1 escola particular de ensino anos iniciais.
O babaçu
O babaçu é uma das mais importantes representantes das palmeiras brasileiras, distribuindo-se por mais de 18 milhões de hectares em todo o Brasil. É constituído por um conjunto de seis espécies de palmeiras do gênero Orbignia, sendo as mais importantes O. speciosa e O. oleifera. Como espécie típica precursora, alastrou-se espontaneamente por uma grande área nos estados do Maranhão, Tocantins, Goiás, Pará e Piauí, vindo a constituir maciços muitos densos chegando a ter mais de mil indivíduos por hectare. Em verdade, a área de ocorrência desta palmeira abrange toda a Amazônia, a pré-Amazônia maranhense e o centro-oeste. Seu espetacular povoamento é uma característica marcante, cresce muito rapidamente na floresta.
Prefeito Municipal
A atual gestão 2017-2020, está a comando do senhor Prefeito Pedro Nunes de Sousa – PT.
Câmara Municipal
Composta por 09 – Vereadores – o atual Presidente é Jobson Guimarães
Curiosidades
Aldeia Tingui – Botó
A comunidade Olho d’Água do Meio que está localizada a 3 três quilômetros de Feira Grande, 23 de Arapiraca e 155 de Maceió. Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), existe uma escola na área para atender à comunidade indígena. Para atendimento médico, a população tem de deslocar-se para as cidades de Arapiraca ou Maceió.
Com o objetivo de compreender o significado da palavra TINGUI, foi necessário aprofundar um pouco mais nas pesquisas, a ponto de alcançar importantes e significativas informações que foram fundamentais, no processo de registro e na tentativa de desvendar a origem da denominação dada outrora a Fazenda Tinguis localizada no sudoeste piauiense, há uma distância de 1.047 quilômetros da cidade de Feira Grande – AL, localidade com a maior população dos povos Tingui.
Tinguis espécie do cerrado
O Tingui é um fruto do cerrado presente em vários estados além do Piauí, encontra-se no Ceará em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. O nome científico:Magonia pubescens, e seunome popular: Tingui, Cuitê, Timbopeba, Tingui-do-cerrado, Tingui Capeta (Família: Sapindaceae). Árvore de porte médio, podendo atingir de 5 a 10 metros de altura. Floresce nos meses de agosto a setembro, quase simultaneamente com a maturação dos frutos. Apresenta fruto tipo cápsula globosa, lenhosa, com várias sementes achatadas de cor marrom.
A árvore tem atributos ornamentais, podendo ser empregada na composição de jardins e praças. Morfologia: Altura de 5-9 m, com tronco de 20-30 cm de diâmetro. Fruto cápsula globosa deiscente de cor marrom. Fenologia: Floresce em agosto-setembro. Amplamente distribuído nos cerrados do Brasil Central. Ocorre em moderada frequência tanto em formações primárias como secundárias, porém sempre em terrenos altos e bem drenados.
A espécie é muita aproveitada, suas sementes e casca são usadas em artesanatos, o fruto é utilizado para confecção de sabão artesanal.
Quando criança saia com minha mãe à busca do Tingui, subia com facilidade as árvores e com uma vara torcia os frutos até que caíssem me recordo que tinha um período exato para retirada, caso ocorressem atrasos dificultava a colheita.
O Sabão é utilizado para lavar roupas, louças e tomar banho, pois o sabão do Pequi exalava um cheiro mais forte.
Sua madeira é empregada na construção civil, também na lenha e carvão. A infusão da casca da raiz é empregada para tinguijar (intoxicar) os peixes das lagoas para posteriormente serem capturados, compreende, portanto que talvez seja em virtude da prática de origem indígena que surgiu o nome Tingui a espécie. Tendo em vista os povos Indígenas da tribo cujo nome é Tingui-Botó.
Deste modo supomos que a denominação da etnia Tingui tenha surgido em virtude da espécie tingui.
Sobre o autor: João Almir Mendes de Sousa, nascido em Marcos Parente – PI, em 23 de junho de 1969. É o 4ª filho de um total de 10 filhos do casal Luiz Mendes de Sousa e Maria Genesia Pereira
Do autor:
Livro TINGUIS – Di Repente 50 – 2018.
Por uma Cultura desenvolvida – 2019.
Cordel
Livro Cordeliando,
Livro Curiosidades de Luziânia
O descobrimento
Patrimônio Material
Patrimônio Imaterial
Prêmios
Cultura Populares – Selma do Coco 2018, Ministério da Cultura;
Cultura Viva – FAC 2018 Governo de Brasília.
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