A Coalizão Ciência e Sociedade soma-se à Campanha Amazoniza-te, lançada em 27 de julho pela Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e expressa seu apoio neste artigo da cientista Ima Célia Guimarães Vieira, pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi, assessora da REPAM-Brasil e membro da Coalizão Ciência e Sociedade
A pandemia do novo coronavírus revela e anuncia a possibilidade de que o futuro pós-pandêmico seja “trágico e doloroso”, nos diz o Papa Francisco. Como parte de um possível cenário fatídico está a aceleração da destruição da Amazônia pelo aumento descontrolado do desmatamento, das queimadas e a invasão de territórios indígenas e das comunidades tradicionais. Contribui para esse quadro, a violação sistemática da legislação de proteção ambiental e o enfraquecimento dos órgãos públicos, como forma de desregulamentar e ampliar – de forma ilegal – a atuação de projetos predatórios na região.
Com um total de 803 mil quilômetros quadrados de área desmatada, cerca de 20% do bioma, cientistas alertam para o ponto de “não retorno”, a partir do qual haverá um processo de savanização e empobrecimento da biodiversidade que jamais poderá ser revertido. A atual crise socioambiental pela qual passa a região nos coloca, portanto, diante do imperativo de pensar sobre a Amazônia e articular ações que conduzam a um futuro possível e sustentável. É com este propósito que nasce a Campanha Amazoniza-te, da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e da Rede Eclesial Pan-Amazônica-REPAM Brasil e vários outros parceiros (www.amazonizate.org).