Cordel produzido no DF é tema de apresentações e exposição no CCBB – Na programação do Festival de Cinema 2022

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Como parte da programação do IX Festival Internacional Cinema e Transcendência, a área externa do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) recebe, hoje e sábado, a série de apresentações Rimado e Encantado, cordel pra todo lado, dedicada à literatura de cordel e à apresentação de artistas de Brasília que trabalham com a técnica popular tradicional nordestina.

Marcado para ocorrer no Espaço Luar do Sertão, o encontro recebe quatro cordelistas do Distrito Federal que têm os versos e a xilogravura como ferramenta para contar histórias que variam da origem da própria capital à preservação do meio ambiente. A apresentação reunirá os cordelistas Gustavo Dourado, membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Padre Mourão do Cordel, cearense e professor de xilogravura no Riacho Fundo, Samambaia e Taguatinga, Goari, do Gama, e João Almir, que atua nas regiões de Ceilândia, Taguatinga e Luziânia.

São nomes tradicionais e conhecidos do cordel no Distrito Federal, que ajudam a instalar no Centro Oeste um pouco da uma tradição que teve início no Nordeste. “O cordel tem uma importância fundamental para o Brasil”, explica Gustavo Dourado. Ele conta que a matriz do gênero vem dos trovadores provençais da França medieval, passando por Espanha e Portugal. Navegadores e bandeirantes teriam trazido a tradição para o Brasil. “Foi ganhando corpo e se expandiu, entrou pela Bahia e depois ganhou o Rio São Francisco, seguindo o ciclo do gado e da mineração, por todo o Norte e Nordeste”, afirma.

A partir dos anos 1940, tomou o caminho do sul do país e, na década de 1950, chegou ao DF. “Foi importante na construção de Brasília”, diz o poeta e cordelista, que tem como temas de interesse o meio ambiente, o cerrado, a caatinga e o aquecimento global. “Trabalho muito com temas da atualidade, mas também com biografias”, avisa. Na obra de Padre Mourão, prevalece a temática nordestina, com personagens como Padre Cícero, mas também há investidas na questão política. Já Goari é mais ligado à produção das xilogravuras e gosta de explorar temas locais.

Durante as apresentações, os cordelistas vão mostrar ao público sequências de rimas em meio a uma exposição que traz um varal de cordel. “Vamos expor nossos trabalhos e recitar o cordel, além de demonstrar como a se faz a xilogravura. Vamos levar o material para fazer a demonstração”, avisa Dourado. Composições feitas na hora e outras que fazem parte do repertório dos artistas estão no programa proposto para esta quinta e para sábado.

No sábado, a programação também inclui a apresentação, a partir das 20h, de dois episódios da série No país da poesia popular, de José Araripe, e de Jornal do sertão, de Geraldo Sarno.

Rimado e Encantado, cordel pra todo lado

No Espaço Luar do Sertão, no CCBB, hoje, às 14h, e no sábado, às 14h30

Fonte: Correio Brasiliense

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